Eram 13:20h quando retomamos a caminhada no regresso a Pena, tendo como objectivo alcançar a aldeia de Covas do Monte.
Descemos de Covas do Rio até à ribeira de mesmo nome, que atravessamos a 370 metros de altitude. A partir daí foi sempre a subir, a subir...passando pelo aglomerado de Serraco até a um local na curva do estradão aos 600 metros de altitude, de onde se conseguiu avistar a aldeia de Covas do Monte. Aqui paramos para agrupar o grupo de caminheiros, e por que eram já 14:30 da tarde, tomamos a decisão de não descer à aldeia, de modo a conseguirmos chegar à aldeia da Pena entre as 16:00 e as 16:30, não correndo riscos de sermos apanhados na serra já com pouca luz e também para não fazermos esperar o cabrito e a vitela que se podiam zangar...
Agrupado o grupo, continuamos a subida até aos 800 metros de altitude, tentando encontrar o trilho que nos levaria pela encosta da montanha, atravessar o vale do Ribeiro do Serraco, subir a encosta do outro lado, descer e chegar a Pena. Não foi fácil... A indicação é que o trilho começaria junto aos postes de distribuição de energia, mas optamos por outro mais acima, mais largo, mais fácil... que nos levou novamente à estrada mais acima... E agora? Abençoada pastora que por lá andava a chamar o seu rebanho, que nos indicou o trilho lá em baixo na encosta e que nos incentivou a descer. É ali, apontava ela, não estão a ver, desçam, desçam; Para Pena? São 20 minutos, desçam, desçam! E atirava pedras na direção do caminho para nos mostrar onde ele estava! Esta gente da serra vê realmente o seu meio com outros olhos: o que parece difícil e aventura para um citadino, é coisa sem história para um habitante da serra.
E lá descemos a encosta como a pastora nos mandou, no meio das pedras soltas, alguns caminheiros de escorrega... Finalmente encontramos o trilho que nos fez descer a encosta ao longo do vale relativamente profundo no qual corria o Ribeiro do Serraco. Atravessado o ribeiro foi preciso subir a encosta íngreme do outro lado, por vezes em locais que exigiram cuidados redobrados também pela pedra solta e lajes escorregadias. Esta subida desembocou num pequeno prado a 850 metros de altitude, de onde já se conseguia ver alguns telhados da aldeia da Pena. Chegamos a Pena às 16.20h, 3 horas depois de termos saído de Covas do Rio e 5h e 20 minutos após de lá termos saído. Desde o topo de São Macário, foram 17,5 km, que nos demoraram quase 7 horas a fazer.
E como é tradição dos Boas Solas, uma boa caminhada tem que acabar com uma boa mesa. Desta vez foi na Adega Típica da Pena (adegatipicadapena@hotmail.com), onde o Sr. Alfredo, a sua filha Mariana e restante família nos prepararam uma entradas, cabrito e vitela no forno, umas boas sobremesas caseiras, atendimento acolhedor, serviço excelente, num ambiente rústico e aquecidos pelo fogo da lenha! Produtos de sua produção são vendidos nesta típica adega de xisto, desde artesanato, mel, licores.
Obrigado Sr. Alfredo e Mariana. Foi fantástico!
Recomendamos e haveremos de voltar!
Fotos de Francisco Alba
Fotos de José Neves
Fotos de Alberto Fonseca
Nota: pelos desníveis e partes do caminho com significativa dificuldade técnica, o percurso pode ser considerado de dificuldade elevada. Em dias de chuva o percurso Pena - Covas do Rio não é parece ser nada aconselhável.
Sem comentários:
Enviar um comentário