Chuva e vento, cores, sombras e murmúrios…
A vistas são curtas, limitadas ao caminho que se palmilha e a tudo que nos rodeia, floresta, pedras, musgos, vegetação diversa, charcos e linhas de águas com as suas águas a correr e que nos acompanham com a sua melodia, entre as nuvens e névoas serradas.
E nós no conforto (ou desconforto) do equipamento que vestimos e que nos protege e nos mantem (ou não…) secos e felizes…
Não há mau tempo, há sim mau vestir…
Caminhar assim tem a sua particularidade e magia, bem diferente dum dia de sol e vistas vastas. Nunca digo pior mas diferente, dois tempos, duas vivências, o pior é ficar no sofá…
E o desafio da orientação passa a ser maior, pois todos os pontos de referência das cumeadas, serras, aldeias, vales são engolidos pela chuva, nuvens e brumas em que somos envolvidos. Mais desafio, mais motivação, mais concentração…
E nestes ambientes, os seres mágicos vagueiam pela floresta... e há que estar sempre alerta...
E foi assim num destes dias de despedida do Inverno, passado sábado, que os “Boas Solas” se mandaram para a serra, entre o Lugar da Vilariça e a Mesa dos 4 Abades com passagem pela aldeia de Vilar do Monte, Ponte de Lima.
E uma caminhada assim, curta, 12 km, 4 horas, bem regada… só podia finalizar dum modo bem à Ponte de Lima: num convívio à volta da mesa e nela posta um excelente arroz de sarrabulho, devidamente acompanhado dum magnífico tintão (obrigado restaurante Alameda!)
E o 15º ano de caminhadas a cumprir-se…o tempo corre...
Viva a vida, Bom Ano!
Mesa dos 4 abades
famoso arroz de sarrabulho no "Alameda" em Ponte de Lima