Serra!
Qualquer coisa profunda e colorida,
Traída,
Feita de terra
E alma
Uma paz de falcão na sua altura
A medir fronteiras
- Sob a garra dos pés a fraga dura,
E o bico a picar estrelas verdadeiras...
Miguel Torga
Diário II (20 de Agosto de 1942)
“Serra! E qualquer coisa dentro
de mim se acalma...”
Verdade,
verdadinha…
A muitos, os
grandes espaços, as vistas a perder de vista, a floresta, o ruído do vento nas
árvores e penedias, o conforto ou segurança cada vez mais longe…, o
desconhecido, o silêncio, a incerteza no caminho, o exercício da orientação… a
descoberta, só inquieta, a outros … delicia…
E à Serra da
Cabreira se voltou para uma caminhada de 12 km entre os 600 m e os 1000 metros
de altitude com um percurso com partida e chegada à aldeia de Agra e que
incluiu o PR1VRM – Trilho da Costa dos Castanheiros (duração total: 4 horas).
Cada caminhada na serra da Cabreira (e já são algumas nestes últimos anos sem
nenhuma repetir os mesmos trilhos ou vistas) continua a ser uma surpreendente
surpresa como foi esta, percorrendo áreas da serra próximas de Agra, Ribeira da
Lage e o Ribeiro Escuro, onde se desenvolve densa floresta de carvalhos,
castanheiros e pinheiros e outras espécies, tudo polvilhado de musgos e
líquenes que tudo pintam de tons de verde e por onde andam várias espécies de
animais como os javalis (vimos pegadas), lobos, esquilos e corços (que estão a
ser lançados na natureza para servir também de alimento aos lobos de modo a que
estes ataquem menos os rebanhos).
E como desta vida o que se leva é a vida que se leva… viva a vida!
E mais uma vez para partilha e memória futura, o registo neste blog!
Bom Ano!