Um dia bonito, praticamente primaveril.
O troço dos Caminhos de Santiago entre Barcelos e Ponte de Lima era apontado em todos os relatos do Caminho Português de Santiago como um dos mais bonitos. A expectativa não foi gorada! E se o caminho já era bonito, a subida ao Monte da Carmona junto a Balugães, ultrapassou as expectativas. Daqui foi possível desfrutar de uma vista fantástica sobre o vale do rio Neiva, desde o Alto da Portela a sul por onde tínhamos passado, a norte a Serra da Nora, onde se escondia Ponte de Lima, o mar lá ao fundo a Oeste.
Tudo começou em Barcelos, linda cidade onde tínhamos acabado a etapa anterior.
Eram 10:15 numa manhã fria e de nevoeiro.
Se o percurso inicial ainda foi por entre ruas da cidade,o caminho trilhou-se ao longo dos caminhos rurais, passando por entre vales, campos, casas e bonitas aldeias, com sinais marcantes do caminho religioso que estávamos a palmilhar, tal a frequência de capelas e igrejas. Do “planalto” de Barcelos começamos a descer para um vale, vendo ao longe o Alto da Portela, a depressão no recorte do horizonte e que une duas montanhas. Este é o local ancestral de passagem para o vale do Neiva, em cujo lado Norte se situava Balugães, destino da nossa caminhada.
Depois de uma boa descida, espera-nos sempre uma boa subida… Assim fizémos e chegámos a Aborim. Daqui já se via todo o vale do Neiva, Balugães ao fundo e na encosta do monte que iríamos subir, programa “extra”… Daqui à Ponte das Tábuas foi um saltinho…onde atravessamos o Rio Neiva e aí paramos para a merenda e um merecido descanso.
Retomamos a nossa caminhada, passámos por Balugães para um saboroso café e subimos ao Santuário da Nª Sª da Aparecida. Ali existe uma capela construída sobre o penedo onde ocorreu o milagre de João Mudo (que recuperou a fala) e onde confirmamos que todos estávamos em graça, pois conseguimos passar sob um corredor muito baixo e estreito cavado no penedo . Cumpriu-se assim mais uma vez a crença…
Tínhamos ”palmilhado” 15 km de fácil caminho. Começava agora o programa extra, o bónus…a subida ao Monte da Carmona, procurando o seu cume e o Castro de Balugães, vestígio da Idade do Ferro. O esforço justificou a fantástica paisagem! Alcançamos o seu cume e os vestígios da povoação pré-histórica, completamente abandonada e em total ruína. Uma pena, Balugães…
O resto é o costume. O regresso, o convívio, sempre tão agradável, desta vez, na Taberna do Simões, já em Barcelos!
Foram 19 km e 5 horas e 45 minutos de caminhada.
Até à próxima etapa!
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