Boas Solas, depois de 20 meses de interregno, o regresso às caminhadas de montanha, o reencontro de amigos destas andanças dos últimos 12 anos. Desta vez, Xurés (Gerês) 18,5 km, 6 horas que incluiu paragem para merenda, uma longa subida para vencer mais de 500 m de desnível e uma "descida dos céus", no regresso. Teste realizado, teste vencido, comprovou-se que a malta "não fez cera" no defeso e se a caminhada fez mossa, pouco se notou ou muito bem foi disfarçada...
Para minha memória futura e numa perspetiva pessoal registo aqui um regresso bem promissor após uma recuperação esforçada duma violenta e inesperada crise de inflamação do nervo ciático na perna esquerda. Recomecei com "caminhadas" de 15 minutos em junho... Ainda se sentem os resquícios da maleita, mas é preciso agora continuar a recuperar, com cautela e paciência mas a vencer sucessivamente novas etapas (como diz a fisioterapeuta, o meu principal problema são as minhas referências...).
E também numa perspetiva pessoal, a alegria por neste blog continuar a registar as histórias e imagens destas caminhadas e de tantos bons momentos! Seja no mar ou na serra, fotografar, registar, partilhar e um dia recordar...
Recordo José Luís Peixoto no seu livro "Almoço de Domingo" que li recentemente:
O passado tem de provar constantemente que existiu.
Aquilo que foi esquecido e o que não existiu ocupam o mesmo lugar.
Há muita realidade a passar-se por aí, frágil, transportada apenas por uma única pessoa.
Se esse indivíduo desaparecer, toda essa realidade desaparece sem apelo, não existe meio de recuperá-la. É como se não tivesse existido.
Mas vamos ao percurso!
Primeiro pela geira romana ao longo do Rio Caldo desde Balneario (Torneiros) até quase à Portela do Homem, local de fronteira entre o Norte de Portugal e a Galiza, passando por diversos vestígios romanos entre os quais os famosos Miliários. Depois da merenda, o "ataque" à serra por uma longa florestal com as cores de Outono quase até à Cabanita do Curro. Daqui foi a aproximação à parte superior da queda de água da Corga da Fecha, queda imensa com mais de 130 metros de altura inserida num pendente de 400 metros em menos de 1km, que teve que ser vencido com todos os travões a funcionar...e todos os santos a empurrar... Uma paisagem imensa, uma vista única, uma verdadeira descida das nuvens a evitar seguramente em dias de chuva.
Após 6 horas de caminhada, a chegada ao ponto de partida sem oportunidade de banho quente nas águas termais pois o balneário público estava desativado.
No fim, e como é tradição nos Boas Solas, momento delicioso de confraternização, desta vez na Casa da Feira do amigo Filipe em Portaxe, Lobios.
Viva a vida, haja saúde, Bom Ano!
foto anterior de Jorge Cavalheiro
foto anterior de Jorge Cavalheiro
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