Mais um fim de semana de caminhadas na serra!
11 amigos, 15º ano de caminhadas, muitas vidas, muitas alegrias...
Entre subidas esforçadas, descidas cuidadas e planos descontraídos, muita coisa acontece: o prazer da orientação pela serra, um olho na carta ou no GPS, outro em tudo o que nos rodeia, o controlo da distância e dos tempos, a contemplação da natureza e da paisagem, os diálogos e a brincadeira entre amigos, o tempo em que deixamos correr os nossos pensamentos, o simples caminhar, o sentir os passos, a respiração, o corpo, a pura contemplação da paisagem, o som do vento, dos fios de água, ribeiros e ribeiras. Como nos equilibra, como é bom…
E quando a serra acorda molhada e o céu choroso, como foi o caso, o ambiente vira magia… e mais magia fica quando as névoas e nuvens se levantam e os primeiros raios de sol despontam nas cores do Outono. É um deslumbramento…
E no fim de tudo, "arrumar" fotos, passar ao registo no blog para memória futura, viva a vida...
Sábado...
Seguimos a chamada
Rota das Faias, percurso razoavelmente assinalado, mas merecedor de atenção e de orientação, com início em local próximo do Hotel da Fábrica em Manteigas onde ficámos muito bem alojados nesse dia (recomenda-se!). Daí e ao longo do Ribeiro de Pandil até ao ponto de início oficial do trilho (Cruz das Jogadas), foram 3 km a subir entre algumas pingas de chuva. Desse ponto até à Capela de S. Lourenço, numa altitude mais constante, já despontava uma floresta de carvalhos, castanheiros e algumas faias, como que se a natureza nos quisesse preparar com cuidado para o esplendor que iríamos assistir mais à frente. Na Capela, ponto alto e de vistas fantásticas para o vale do Zézere, povoações e a serra, fizemos a nossa curta paragem para merenda, curta, pois o frio facilmente se fez sentir para quem até aí aqueceu com a subida...
Retomada a marcha, passamos pela torre de vigia sobre Manteigas, e já sob alguns raios de sol, mergulhamos num local verdadeiramente único e mágico percorrendo uma autêntica “avenida” na floresta, primeiro entre altíssimos pinheiros de oregão com os seus 30 metros, 40 metros?, e depois entre as famosas faias com as suas cores de Outono. Que esplendor, que experiência!
Já no caminho de regresso e na direção do vale do Ribeiro de Pandil encontramos um pastor com os seus cães e rebanho, o Sr. Lourenço, conhecido como pastor das faias, com quem tivemos uns largos minutos de amena e muito divertida conversa. Pessoa singular, bem disposta, de mais idade que os de mais idade do nosso grupo… momentos para recordar, obrigado Sr. Lourenço!
Regressados ao trilho e ao
Hotel da Fábrica, foi tempo de descanso para o programa gastronómico da noite que incluiu primeiro uma visita à “
Casa de Chã In´fusão” (recomenda-se!) e que acabou no Restaurante
“O Olival”, digno de nota pelo serviço, simpatia e alegria no servir, qualidade, cuidado e criatividade dos diversos pratos e sobremesas que nos serviram, bem acompanhados dum bom vinho, claro. Obrigado, fica a promessa de voltarmos!
E o Sábado assim se passou…
11,2km - 4,5 h no total
Domingo…
Após uma noite bem dormida, um bom pequeno almoço, e sob uma manhã linda de sol e céu azul com vista esplendorosa para Manteigas e para a Serra da Estrela, era hora de visitarmos a
ECOLÃ, ancestral fábrica que mantem os processos artesanais de produção da lã associado a novas competências de gestão, design e marketing, sendo uma referência pelos seus produtos de lã e burel.
Fomos recebidos pelo Sr. João Clara, líder da empresa que prosseguiu a tradição familiar e que nos apresentou todo o processo de fabrico (colocando mesmo algumas máquinas em funcionamento!) Obrigado pela sua recepção, amabilidade, pelo modo e paixão como tudo nos explicou!
Cumprido o programa cultural, era hora da ligeira caminhada pelo Vale do Rossim com lindas vistas para a lagoa / albufeira e toda a serra até à Torre e só depois iniciamos o regresso a casa, cumprindo um almoço já um pouco tardio no Sabugueiro.
5,5 km, 1 hora
Fim de semana fantástico na serra, as caminhadas, as faias, o convívio entre amigos, a gastronomia, o hotel, a produção ancestral de lã e burel, O vale do Rossim, tudo bom.
Mais um registo para partilhar e mais tarde recordar!
Bom Ano!
NOTA: não fiquem em casa…